terça-feira, 25 de outubro de 2016

Tá tranquilo! Tá favorável!




A 4 dias de ir de férias estamos assim:

Eu com uma dor malvada do lado direito da barriga, entre o fim das costelas até quase à virilha, já paniquei por achar que ia ter uma crise de apêndice logo agora, de modos que ando a peixe cozido e arroz branco!

Ele chega-me ontem coxo do futebol, não pousava o pé no chão e hoje de manha estava pior ainda, já fez raio x e pelo menos não partiu nada, parece que é só um estiramento, menos mal, pé ligado e ao pé coxinho mas o homem lá anda!

Tenho aulas para preparar, para dar ainda antes de ir e para dar no dia seguinte a voltar, vontadinha zero! Se a canalha   os miúdos soubessem o trabalho que isto dá certamente fariam por se portar melhor, ou então não...

O mestrado já começou, fui a dois dias e entretanto falto 3 semanas, parece-me muito bem sim senhor. Passei dois dias a achar que já não tenho idade para aquilo, estava era bem ao lume com uma mantinha!

A mala está por fazer e, pelo andar da carruagem, só mesmo na sexta feira consigo tratar disso. Há toda uma pilha para passar a ferro!

A tão afamada carta com a data da consulta nem vê-la, já perdi a fé que venha antes de eu ir de férias, pode ser que esteja cá à minha espera quando eu voltar!

Tirando isto está tudo óptimo!!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Fechar a porta. Abrir uma janela!



Hoje fecho a porta a um projecto. Hoje estou aqui num misto alívio/angústia. 

Este projecto, que depois passou a ser parte do meu trabalho, começou há um ano, hoje viro-lhe as costas, hoje avisei que me vou embora, e apesar de querer ir, de saber que tenho que ir, custa-me!

Começou numa altura em que eu precisava mesmo dele, aquele dia em que fechei também outra porta ou melhor, naquele caso concreto, em que me fecharam a porta. Recebi aquele telefonema, mais ou menos algo como "recomendaram-me o seu nome, tenho o seu CV e gostaria de reunir consigo se possível agora" e eu pensei WTF?? Agora, assim? Mas fui e fiquei!

Passou um ano, as coisas foram mudando, mudaram colegas, mudou a direcção e eu fui ficando. Hoje também eu vou mudar! Nunca me identifiquei com esta nova direcção, nunca para mim fez tanto sentido aquela imagem do líder e do chefe. Temos neste momento um chefe numa empresa que precisava dum líder!

Apesar disto, não é por estes motivos que vou, ou não é só por estes motivos que vou. Amanhã começo um mestrado que ando há anos para tirar, meteram-se pelo caminho duas licenciaturas e outras coisas mais e não foi dando. Amanhã é o dia! 

Um projecto novo está em vias de arrancar, daqueles que andamos anos a lutar por ele, anos a bater à mesma porta, anos a bater com a cabeça na mesma parede. Parece que é desta, eu espero que seja desta, já me prometeram que é desta (acredito quando vir, quando o sentir)!

Ontem andava nervosa, irritada, triste...
À noite chorei, chorei muito e sem saber porque... 
Segundo o meu marido foi uma crise de ansiedade, ele ia perguntando será por isto? ou por aquilo? ou será antes por aquilo? E eu só respondia que não sabia, e não sabia mesmo! Às tantas diz ele, "arre realmente tu andas com  muita coisa em que pensar, a tua vida é como os golos do Cristiano Ronaldo, é tipo ketchup, custa a sair e depois sai tudo de uma vez"
Sorri
Consegue por-me sempre um sorriso, mesmo que seja no meio de lágrimas!

Hoje vou fechar esta porta e sair com os dedos cruzados para que se abram muitas janelas <3

Elas não matam mas aleijam





Mais uma voltinha mas uma piquinha!!
Aliás não foi uma foram duas! Febre amarela e febre tifóide já tá, não pega cá nada. Como diz o enfermeiro, "ai a menina gosta de viajar para longe e não gosta das picas!? pois azaruxo"

Vou ficar a olhar para esta imagem todo o dia para me passar a dor...

E já só faltam 9 dias <3

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Autchhhh



Hoje foi dia disto...
E como eu odeio senhores! Ia pelo caminho, já calada, com o meu marido a perguntar se estava tudo bem comigo? Respondi obviamente que não, como é que pode estar tudo bem se vou levar uma vacina? Aquilo dói, não me digam ai que não dói nadinha que só me enervam, a mim dói fim de assunto!

Tendo em conta o longo caminho de picas que tenho pela frente eu já entro em parafuso. Para já é não pensar muito nisso! 

O que vale é que tanto esta como as próximas serão por uma boa causa :)

Daqui a 15 dias estou a laurear a pevide em águas cristalinas :)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Do verbo esperar...





Significado de Esperar


Ficar em algum lugar até que chegue alguém ou alguma coisa que se tem como certa ou provável; aguardar.Contar com.Ter esperança.Supor, ter satisfação em acreditar.Emboscar.Confiar.
Esta coisa de estar constantemente à espera mexe-me um bocadinho com os nervos. Não sou aquele tipo de pessoa que à segunda já quer que seja sexta, em Setembro já quer que chegue o Natal e em Janeiro já quer que chegue Agosto. Não sou esse tipo de pessoa e nem lido propriamente bem com esse tipo de pessoas. Eu adoro viver, adoro a vida! Não é sempre linda e maravilhosa mas é a minha vida junto dos meus e eu adoro-a de paixão. Saber que tem prazo de validade, que o que hoje é certo amanha pode já não ser, que hoje estou aqui e amanha posso já não estar ou pior ainda, que os meus hoje estão cá e amanha podem já não estar, deixa-me doente com lágrimas nos olhos e tento não pensar muito nisso.Ora isto de querer muito que chegue a carta com a data da consulta, e que chegue rapidamente o dia da consulta é, para mim, um contrassenso (parece que se escreve assim com o novo acordo), e algo com que não sei lidar muito bem. Todos os dias é uma luta interior, ora quero que a vida passe bem devagarinho e que me dê tempo de a aproveitar bem, ora quero despachar isto e começar a fazer alguma coisa.Acho que depois de começar os tratamentos isto deve acalmar. Estar parada paradinha sabendo que tenho uma luta pela frente é que me eriça os pêlos. Quero sentir que estou a fazer alguma coisa, alguma coisa que não seja esperar.À parte disto, gostei muito da definição do verbo esperar...
Ter esperança; Confiar!  

sábado, 8 de outubro de 2016

Contar ou não contar eis a questão...



Sei do problema do meu marido desde sempre, sei, desde sempre também, que ele não fala disso com ninguém, ou melhor, com mais ninguém que não eu. Sempre assim foi e nunca me preocupou. 

Quando fomos à primeira consulta, e como nessa altura o problema estava apenas nele, mais uma vez não contamos a ninguém. Na primeira consulta o médico já conhecia o historial dele, já tinham até conversado os dois e decidido o que fazer. A primeira consulta foi então para marcar os exames para mim e traçar, mais ou menos, um caminho a seguir, nesta treta da infertilidade não há cá caminhos muito lineares a seguir, 1+1 nem sempre é dois!

Exames pedidos, exames marcados e, mais uma vez, não contamos nada a ninguém. Temos empregos com alguma facilidade de "faltar" ou alterar o horário, de todo o modo não gosto de dizer que simplesmente não vou no dia tal e tal. Por isso mesmo, não imaginam a quantidade de consultas que tive com a minha querida "alergologista " nos últimos tempos. É feio eu sei, mas é a desculpa fácil. Sofro de alergias, faço tratamento e já todos me conhecem alérgica e ranhosa por isso ninguém estranha.

No dia que descobri o meu problema nas trompas, aka dia dia histerossalpingografia, todo um mundo novo se abriu. Afinal eu também tinha um problema. 

Durante dias não falei com mais ninguém a não ser com o meu marido. Tive até alturas em que achei que o estava a maçar, apesar de ele dizer sempre que não eu sentia que não tinha mais assunto, sentia que estava a ser aborrecida e obcecada.

Um dia ele disse-me, acho que devias desabafar com uma amiga. Peço-te que não contes do meu problema mas podes contar do teu, para elas saberem o que estamos a passar e para teres mais ombros amigos para além dos meus. 

Assim foi, sem nada combinado a minha melhor amiga liga-me, só por que sim como em tantos outros dias, e pergunta então está tudo bem? O meu automatismo fez-me responder que sim mas ela percebeu e voltou a perguntar. Contei-lhe tudo, o que só a mim me diz respeito, e digo que foi a melhor coisa que podia ter feito!

É tão bom ter com quem falar, ter uma amiga que me liga depois das consultas, ter uma amiga que me diz que filho meu só podia dar trabalho até para ser feito pois "vai ser bem filhinho da sua mãe", ter uma amiga a dizer que se forem gémeos tem ali dois braços de reforço, ter uma amiga só para chorar e dizer dispares às vezes!

E pronto, neste momento sabem duas ou três pessoas. Ainda vou ter que mentir muito quando tiver que faltar. Não quero de todo que se saiba no trabalho, felizmente não entrego provas de presença na consulta, pois viam logo que eu estava a mentir. Não quero de todo que a família saiba, seria gerar preocupação para eles e mais pressão para nós. Mas ter contado a duas ou três pessoas que são para mim especiais, que são pessoas com quem sei que posso contar, aligeirou muito este peso.

A Infertilidade pesa como um elefante!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Esta cena não me assiste!!




Tenho-me como uma gaja optimista, bem disposta e de bem com a vida! Não sou moça de "vai-se andando" ou do "que remédio". Quando me perguntam se está tudo bem respondo naturalmente, que sim, que está tudo óptimo. Mesmo que efectivamente não seja bem assim, sei la é automática esta resposta.

Não contam neste relato os dias de TPM em que o diabo sobe à terra se agarra a mim com unhas e dentes e não há santo que me ature, nem eu mesma me aturo nesses dias, fico do mais impossível que há, mais bruta que as pedras da calçada... Adiante.

Esta cena da Infertilidade tem-me trocado as voltas. Acompanha-me um sentimento estúpido de que algo não vai correr bem, que ao virar da esquina vou encontrar mais alguma coisinha má, que nunca vou ser mãe, e eu sei lá mais o quê...
Vejam bem que, quando sonho que estou grávida, coisa que acontece raramente, o desfecho é sempre o mesmo, estou grávida, tenho um positivo num qualquer teste, mas a barriga não cresce e nas ecos não aparece nenhum bebé. É aflitivo acordar deste sonho, põe-me logo com o humor alterado!

Vejam bem onde chega a loucura que, um dia destes, em brincadeiras de primas, puseram-se a fazer aquele teste da agulha em que supostamente dá o número de filhos que uma pessoa vai ter. Ora bem a mim deu zerinho, sim zerinho, aquela merda não mexeu. Perguntem-me lá se eu acredito nessas tretas? Não, nada mesmo. Perguntem-me lá como é que eu fiquei naquele dia? Chorei baba e ranho ao chegar a casa! Isto não é normal senhores! 

Entretanto uma amiga voltou a fazer-me e dava dois. Isto já diz muito sobre a veracidade do teste em si!

O senhor meu marido diz que isto é o medo a falar, eu acredito que seja mas irrita-me solenemente este estado de espírito. Apercebi-me até que mudei o meu discurso de "quando tiver um filho" para "se algum dia tiver um filho". Não foi racional esta mudança, foi acontecendo... 

Infertilidade minha menina não vais levar a melhor, ai não vais não! Podes até não dar-me nenhum filho, e digo-te desde já que vais ter de te preparar para a guerra porque, minha querida, eu sou um osso bem duro de roer, mas não me mudas a essência nem o espírito!!

É guerra que quer?? É guerra que vai ter!!



quarta-feira, 5 de outubro de 2016

E esse Feriado?












Feriado é sempre coisinha para me deixar bem disposta!

Ontem deu para reunir uns amigos cá em casa para jantar e beber uns copos e hoje já deu para almoçar com a sogra e beber um café numa esplanada. Todos me dizem que esta boa vida vai acabar quando vierem os filhos, sendo assim vou aproveitar enquanto posso hehe
Venham os filhos que outras coisas boas surgiram certamente!!

Bom restinho de feriado para quem andar por aí <3

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Sobre a Histerossalpingografia - Tentando não ser melodramática *



Na noite antes de realizar a histerossalpingografia deitei-me irritada. Nessa noite dormimos em casa de familiares e tinha-me esquecido de levar o comprimido para as dores. Já estava tudo a dormir e nós éramos os primeiros a sair de manhã logo, não dava para pedir um comprimido. O plano era acordar bem cedo e passar na farmácia antes, acabou por não ser necessário pois de manha vi na nossa casa de banho um cestinho com medicamentos e eu surrupiei lá um. 

Fui tranquila para o hospital. O médico tinha dito que doía um bocadinho mas nada de extraordinário, a minha cunhada também já tinha feito e nunca falou horrores daquilo, eu não sou propriamente uma pessoa mariquinhas e então lá fui à minha vida.

Fui chamada juntamente com outra senhora e, mal passei a primeira porta, percebi que talvez não fosse assim tão tranquilo. 
A senhora que nos chamou perguntou se estávamos calmas, se tinha-mos tomado o comprimido para as dores e o pequeno almoço. Veio depois ter connosco outra senhora que até hoje não sei bem o que era mas que julgo ser enfermeira. Levou-nos para outra sala e mais uma vez fez todas aquelas perguntas, disse para estarmos tranquilas que ia correr tudo bem.

Sabem quando vos dizem tantas vezes "tem calma que vai correr tudo bem, não vai doer nada, é só um instantinho" e aí vocês perdem precisamente a calma??? Foi mais ou menos isto...

Entrei para um cubículo, tirei a roupa, pus a bata, esperei a minha vez, troquei algumas mensagens com o meu homem que divagava sobre o quão sexy eu estaria naquela bata e pronto, lá chegou a minha vez.

Instalei-me naquela cadeira maravilhosa  e teve inicio o mais tortuoso exame que já alguma vez fiz!

Uma nota, quando fui fazer a histerossalpingografia ia plenamente convencida que estava tudo bem comigo. Sabíamos do problema do meu marido e estes exames eram só de despiste para dar então início ao tratamento.

O exame foi tremendamente difícil, até a introdução do espéculo me doeu. A médica dizia para eu relaxar, para me concentrar numa conversa parva sobre candidíases que elas estavam a ter. Não deu senhores não deu...
Senti uma dor aguda, de imediato fiquei enjoada e deixei de ver o que se passava à minha volta. A tal senhora que julgo ser enfermeira foi um doce, não me largou a mão, abanou-me com um papel e mesmo com todo o aparato que estava a acontecer não me largou um minuto.
Só ouvia ao longe a médica a dizer que precisa de mais, depois que já tinha introduzido 3 e que já não ia por mais nenhum. 

Acabou a tortura, não me deixaram levantar logo, fiquei ali uns bons minutos de olhos fechados a hiperventilar sempre de mão dada àquela doce senhora! 
A enfermeira ainda perguntou à medica se ia repetir ao que ela respondeu que não, que não valia a pena. Aí eu já sabia que alguma coisa não estava bem. 

Levantei-me com ajuda da enfermeira, levou-me à casa de banho, deu-me uma data de compressas pata que eu me pudesse limpar e quando eu saí da casa de banho lá estava ela novamente para me dar a mão. 

Na casa de banho tive o meu primeiro choque, mal lá entrei chorei. Aquelas lágrimas que não queremos deixar sair mas que em menos de nada aparecem. Limpei o rosto e saí, não sou muito de chorar em público... O que me disseram depois já mal ouvi, sei que me disse que as notícias não eram boas, que as trompas estavam totalmente obstruídas, e que sem trompas não há bebés. Tal e qual. Sei agora, que foi só uma má escolha de palavras mas na hora foi muito duro de ouvir.

Só queria sair dali! A enfermeira levou-me novamente ao cubículo para que me pudesse vestir e sair, desejou toda a sorte do mundo e disse que estava ali para o que fosse preciso, perguntou ainda se eu estava sozinha ou se tinha alguém comigo.
Deus abençoe esta senhora cujo nome desconheço e cuja função não sei bem. Fez tanta diferença naquele momento a sua presença e as suas doces palavras. 
Muito Obrigada!!

Saí dali, fui ter com o meu marido à sala de espera que me brindou com um sorriso mal me viu e eu desfiz-me ali!
Chorei tanto, pedi que me tirasse dali e ele só perguntava o que se passava...

Só no carro, já depois de muito chorar, consegui explicar o que tinha acontecido. Não sei quanto tempo ali estivemos, abraçados, comigo a dizer os maiores disparates e com ele a dizer que me amava e que ia correr tudo bem.

Era muito para assimilar...

O resto do dia foi passado em piloto automático, almoçamos, fomos trabalhar, mas a cabeça ficou lá, naquele hospital e naquele exame...

*espero ter conseguido



segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Dias Assim!

O fim-de-semana foi sereninho bem como eu gosto :)
Trabalho no sábado o que me faz parecer sempre que o fim-de-semana passa a correr, de todo o modo, deu para jantar com amigos, sair para beber uns copos, passar boa parte de domingo de papo para o ar a consumir Anatomia de Grey como se não houvesse amanhã e ainda lanchar, já quase na hora de jantar, com uma amiga que já não via há imenso tempo.
Esta ronha não me prepara de todo para o dia seguinte... Nesta segunda-feira passei a manhã na clínica, a tarde em gabinete, pelo meio tive uma reunião (de preparação de mais trabalho ainda!) e ainda tive um domicílio no final do dia. Juntar a isto fazer jantar e tratar de tralhas caseiras parece que o meu dia já começou ontem!
Contudo estes dias não são maus. São dias cheios, dias em que a cabeça não tem tempo para pensar em merdas que não deve :) 
E assim, sem dar por ela, a minha consulta está um dia mais próxima :)